capa de João Bicker
Fenda, 1998
[600 ex]
Um seixo
Porque repousa em ti
a grafia marítima das noites,
agrilhoas o músculo das areias insondáveis
e luzes revoltas do abismo fundo
dançam ocultas no teu corpo.
Naufrágios e prodígios,
e vertigem helénica e o olhar dos suicidas
gravaram em ti
o aceirado canto que concentras,
túmulo da mitológica palavra.
Sabes agora quanto vale um seixo:
ele guarda a fúria das marés.
Inabalável
sobre a madeira
renuncias o destino
a escandir outras tormentas.
Com peixes na constelação do sexo
...........inundas-me